sexta-feira, 18 de abril de 2008

Pane na turbina assusta passageiros

27 de novembro de 2001

O avião da TAM que faria o vôo 2517 (Teresina - Rio) aterrissou com atraso de 40 no aeroporto de Teresina.

Após o embarque dos passageiros, iniciado o taxiamento, a aeronave parou e foi rebocada de volta ao ponto de embarque.

Houve uma pane na turbina esquerda. O conserto do avião foi providenciado na própria pista.

Na escala em Brasília, a mesma turbina tornou a apresentar defeito.

Fonte: passageiro Flávio C.F. (prefere não revelar o sobrenome)

Pane elétrica atrasa vôo Rio - Teresina

25 de novembro de 2001

No vôo 3516 (Rio - Teresina) quando o comandante tentou ligar o ar condicionado da aeronave, esta se desligou por completo.

Uma pane elétrica desligou o avião todo. As luzes de emergência acesas e mecânicos consertando o avião na frente dos passageiros. Nesse vôo também não havia água nos banheiros.

Fonte: passageiro Flávio C.F. (prefere não revelar o sobrenome)

Trinca em vidro interrompe vôo da TAM

11 de outubro de 2001

Chuva de granizo teria provocado o problema em avião que seguia de São Paulo a Belo Horizonte. Não houve feridos.

Um avião da TAM, modelo Airbus A320, teve parte do vidro da cabine trincado ontem à tarde, durante um vôo de São Paulo a Belo Horizonte. Segundo a companhia, a aeronave foi atingida por uma forte chuva de granizo e teve que interromper a viagem, retornando ao aeroporto de Congonhas, na capital paulista.

A fissura aconteceu em uma das três camadas que formam a estrutura do vidro frontal. A TAM diz que ela foi provocada pelo granizo, quando a aeronave estava a 3.000 metros de altura e ainda permanecia em procedimento de subida. Não houve feridos.

O vôo 3210 havia saído de São Paulo às 15h15 em direção ao aeroporto da Pampulha, em Minas Gerais, levando 54 passageiros. O piloto do avião pousou novamente em Congonhas mais de meia hora depois, às 15h48.

A empresa afirma que a aeronave ainda não estava na metade do caminho e que esse intervalo de tempo a partir da decolagem se deu principalmente por causa do tráfego aéreo para pousos no aeroporto paulista. Apesar do incidente, esse procedimento não chegou a ser considerado forçado nem de emergência.

Como só houve fissura em uma das três camadas de vidro, a cabine também não teve despressurização (falta de pressão adequada para que todos respirem normalmente). Os 54 passageiros que estavam no avião foram acomodados em outros vôos durante a tarde de ontem, segundo a TAM.

Histórico

O avião Airbus A320 é um modelo novo da TAM para vôos domésticos. Ele passou a integrar a frota da companhia aérea somente no ano passado. A empresa diz que nunca havia registrado incidentes envolvendo fissuras no vidro da cabine.

A TAM teve vários acidentes aéreos nos últimos anos com seu modelo Fokker-100. O último deles aconteceu no último dia 15, em Belo Horizonte, quando uma hélice da turbina se desprendeu, atingiu a fuselagem, quebrou uma janela e provocou a morte da passageira Marlene Aparecida Sebastião dos Santos, 48.

O vôo era fretado pela agência turística CVC e havia decolado de Recife com destino ao aeroporto de Congonhas, levando 82 passageiros. O DAC (Departamento de Aviação Civil) ainda está investigando os motivos que levaram ao desprendimento da hélice.

O mais grave acidente aéreo com aviões da TAM aconteceu em 31 de outubro de 1996, quando um Fokker-100 que iria de São Paulo ao Rio de Janeiro caiu perto do aeroporto de Congonhas, logo após a decolagem. O acidente deixou 99 pessoas mortas e atingiu dez carros, dois prédios e sete casas da região.

Fonte: Folha de S.Paulo

Pane hidráulica em Fokker 100 pouco antes da decolagem

19 de setembro de 2001

Ontem à noite, os 86 passageiros do vôo 3159, que sairia do Galeão, no Rio, com destino a Congonhas, em São Paulo, tiveram que deixar o Fokker-100 e passar para outro avião do mesmo modelo.

Segundo a assessoria de imprensa da TAM, durante a segunda checagem, de rotina, realizada pelo piloto quando os passageiros embarcam, foi detectado um problema na parte hidráulica.

Fonte: Site Qualidade Aeronáutica

Mulher morre após pane em avião da TAM

Uma passageira morreu após um problema ainda não identificado em um dos motores de um Fokker 100 da TAM ter provocado o rompimento da fuselagem e a despressurização do avião. A aeronave fez um pouso forçado anteontem à noite, em Belo Horizonte (MG).

Outras três pessoas ficaram feridas levemente, segundo a assessoria de imprensa da empresa aérea. O vôo 9755, fretado pela agência turística CVC, havia decolado às 18h27 de Recife (PE) com destino ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo, e escala em Campinas (SP), levando 82 passageiros.

Quando sobrevoava Minas Gerais, uma peça se desprendeu da turbina direita, a cerca de 30 mil pés (9.144 m) de altura, atingindo a janela da poltrona 19E, o que causou a despressurização e a morte da passageira que ocupava o assento, Marlene Aparecida Sebastião dos Santos, 48, de Jacareí (75 km de São Paulo).


Como foi (clique na imagem para ampliá-la - Arquivo .pdf)

Pouso de emergência

De acordo com a Infraero (Empresa Brasileira de Infra-Estrutura Aeroportuária), a torre de comando do aeroporto de Confins recebeu um pedido de pouso de emergência às 20h30. Às 20h41 a aeronave pilotada pelo comandante Marcelo Seda pousou. A equipe de bombeiros e de socorristas do aeroporto foi acionada para dar assistência aos passageiros que, segundo a Infraero, desembarcaram em pânico da aeronave.

Havia muito sangue e objetos espalhados na cabine de passageiros, segundo testemunhas. Até a noite de ontem, a TAM não sabia precisar se o objeto atingiu a passageira ou se ela morreu exclusivamente em conseqüência da mudança de pressão.

Segundo o IML (Instituto Médico Legal) de Belo Horizonte, Marlene foi vítima de traumatismo craniano.

Segundo a companhia, além dos 82 passageiros havia quatro comissárias de bordo e dois pilotos no vôo 9755. O aeroporto de Confins ficou fechado para pousos e decolagens por quase duas horas após o pouso de emergência. Todas as pessoas que estavam na aeronave, segundo a TAM, passaram a madrugada de domingo em hotéis de Belo Horizonte e tiveram médicos e psicólogos à disposição.

Ontem, às 8h44, o vôo 3201 da TAM pousou em Congonhas, em São Paulo, com 54 passageiros que estavam na aeronave com problemas. Outras 15 pessoas chegaram no vôo 3205, que decolou às 10h50 de Belo Horizonte, chegando a São Paulo às 11h55. Os demais passageiros não quiseram retornar a São Paulo de avião. A TAM providenciou transporte terrestre para que eles chegassem a Congonhas.

O corpo de Marlene dos Santos saiu de Belo Horizonte às 16h40 com destino ao aeroporto de São José dos Campos. O avião chegou por volta de 18h. O corpo foi para o velório Campo Santo, em Jacareí. O enterro será hoje, no cemitério Municipal Avareí.

Aeronave

A TAM, em nota oficial, informou que o Fokker acidentado foi fabricado em 1994, tinha apenas sete anos de uso e foi comprado diretamente do fabricante. Ainda segundo a nota, o motor Rolls Royce foi revisado pelo fabricante recentemente e a última revisão do avião foi feita em agosto último, o que a deixa "em dia com seu plano de manutenção". A assessoria de imprensa da TAM informou que não vai se pronunciar sobre detalhes do acidente até a conclusão de um laudo pela Aeronáutica. A empresa vai acionar a Rolls-Royce para ajudar nas investigações.

Fonte: Folha de S.Paulo

Avião da TAM faz pouso de emergência em Viracopos

15 de setembro de 2001

A assessoria da TAM desmentiu na tarde deste sábado que um de seus aviões, com 54 passageiros, que vinha de Goiânia com destino ao aeroporto de Cumbica (Guarulhos) tenha pousado emergencialmente em Campinas, por falta de combustível. "Guarulhos estava fechado devido ao mau tempo", informou a TAM.

"Havia 1.500 litros de combustível na aeronave, suficiente para mais 30 minutos de vôo", informou a assessoria da TAM.

Segundo a TAM foi um "pouso acompanhado", mas não emergencial.

O avião pousou em Viracopos e os passageiros foram trazidos para São Paulo em vans da empresa.

Segundo a assessoria, o pouso ocorreu em Campinas porque Guarulhos estava fechado e há restrições a pousos e decolagens em Congonhas nos finais de semana.

Fonte: Folha Online

Fokker da TAM erra e pousa em Aeroporto de outro estado

O Fokker 100 - PT-MQI

Fokker da TAM pousa por engano em pista particular no Maranhão

26 de junho de 2001

A aeronave Fokker 100 - prefixo PT-MQI - realizava o trecho Brasília/Teresina/Fortaleza, transportando 06 tripulantes e 44 passageiros. O pouso a ser realizado em

Teresina tinha sido planejado para ocorrer na pista 19, porém a tripulação foi informada pelo Controle para que fosse utilizada a pista 01.

A aproximação foi realizada em condições visuais, mas ainda assim errou o destino e realizou o pouso no Aeródromo de Domingos Rego, que fica no estado do Maranhão, do outro lado do rio que o separa do Piauí. Essa pista (20) posiciona-se quase paralelamente à pista 19 do Aeroporto Senador Petrônio Portela, em Teresina.

A aeronave e as pessoas a bordo permaneceram intactas. Após perceber a confusão, o piloto voltou a decolar e aterrissou sem problemas no aeroporto.
A TAM informou que está investigando as causas do erro.

Fonte: DAC (Departamento de Aviação Civil), atual ANAC.

Veja o histórico da aeronave:

PT-MQI - FOKKER F-28-0100 (11517)

Prefixo Operador DD
-------------- ------------------------------ ----------
PH-ONS FOKKER
PK-MJF MERPATI NUSANTARA AIRLINES 12.1994
F-WQGX 04.1998
PT-MQI TAM 08.1998
F-OLLI
B-12293 MANDARIN AIRLINES 2004
-------------- ------------------------------ ----------

Fokker da TAM derrapa no aeroporto internacional do Paraná

Folha de S.Paulo
16/05/2001

Um avião Fokker 100 da TAM pousou fora da pista, no aeroporto internacional Afonso Pena, em São José dos Pinhais (PR), ontem à noite. O avião parou na grama, a 70 metros da pista, e provocou a suspensão de vôos por uma hora e 50 minutos. Não houve necessidade de atendimento médico aos passageiros.

Chovia moderadamente na hora do pouso, às 22h32. Quando o trem de aterrissagem tocou a pista, deu-se o fenômeno de hidroplanagem (deslocamento dos pneus no contato com poças de água na pista), conforme informação da assessoria de imprensa da TAM, em São Paulo.

O avião derrapou por cerca de 300 metros, até parar no canteiro lateral direito da pista, a 20 metros do ponto de taxiamento das aeronaves.

O Fokker 100 fazia o vôo 3003, que partiu do aeroporto de Guarulhos, às 21h34, levando 18 passageiros e sete tripulantes a bordo. A aterrissagem irregular não causou ferimentos.

Conforme o gerente de segurança da Infraero, em São José dos Pinhais, Luiz Alberto Bittencourt, os passageiros estavam tranquilos ao desembarcar.

Passageiros e tripulantes saíram pela escada do próprio avião e foram levados até a sala de desembarque num ônibus do aeroporto.

A permanência do avião numa das pistas provocou o cancelamento de quatro vôos, mas o aeroporto não ficou totalmente fechado. A segunda pista funcionou normalmente.

Uma equipe de manutenção da própria TAM se deslocou de São Paulo para Curitiba, para uma avaliação na aeronave, e descartou estragos mecânicos. O avião voltou para São Paulo, onde foi liberado para cumprir novos vôos no final da tarde. O Fokker 100 tem capacidade para 108 passageiros.

O incidente está sendo investigado pela TAM e pelo Centro Integrado do Comando da Aeronáutica.

Piloto contradiz versão oficial sobre rota do vôo do helicóptero de Rolim

Folha de S.Paulo
São Paulo, quarta-feira, 11 de julho de 2001

DA AGÊNCIA FOLHA, EM CAMPO GRANDE

Pilotos que voam na região onde ocorreu o acidente acreditam que Rolim Adolfo Amaro, 58, e a gerente comercial Patrícia dos Santos Silva, 30, não estavam viajando para Assunção, o que contradiz a versão oficial da empresa, divulgada anteontem.

O indício mais forte é que Rolim não havia feito um plano de vôo para viajar até a capital paraguaia, o que contraria a determinação da Oaci (Organização de Aviação Civil Internacional).

Além disso, o helicóptero, um Robinson R-44 com autonomia de cerca de três horas, caiu na região da cordilheira de Amambay, tradicionalmente sobrevoada em razão da bela paisagem.

Jornalistas que estiveram no local, a 30 km da fronteira com o Brasil, não avistaram nenhum indício de que eles estivessem viajando.

"Cheguei 15 minutos depois do acidente e não vi nenhuma mala", disse Candido Figueiredo, do jornal paraguaio "ABC Color".

Os técnicos brasileiros e paraguaios que investigam o acidente ainda não se pronunciaram.

Uma das maiores dúvidas é sobre quem pilotava o helicóptero. Figueiredo afirma que viu cabos e fones de ouvido ao redor do pescoço de Patrícia, o que seria um indício de que ela estava no comando.

Vôo de Rolim era irregular, diz Infraero

Folha de S.Paulo
São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2001


Helicóptero deveria ter passado por aeroporto internacional, pois mudou de país; Receita aponta falta de registro

FABIANO MAISONNAVE
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PONTA PORÃ


O vôo no qual morreram anteontem o presidente da TAM, Rolim Adolfo Amaro, e a funcionária da empresa Patrícia dos Santos Silva era irregular, segundo o setor de navegação aérea da Infraero (Infra-Estrutura Aeroportuária Brasileira) em Ponta Porã e o aeroporto paraguaio de Pedro Juan Caballero.

A Oaci (Organização de Aviação Civil Internacional), da qual Brasil e Paraguai são signatários, diz que aeronaves, ao transitar de um país-membro para outro, devem decolar de um aeroporto internacional, passar por inspeção e apresentar plano de vôo.

Segundo a Infraero, Rolim não manteve contato com o Aeroporto Internacional de Ponta Porã no fim de semana do acidente. O outro aeroporto internacional mais próximo fica em Campo Grande, distante 350 km da fronteira do Brasil com Paraguai.

O procedimento correto seria que o helicóptero decolasse de um aeroporto internacional, em vez do aeroporto particular do empresário, localizado em sua fazenda, a 18 km de Ponta Porã, antes de entrar no Paraguai.

É também pouco provável que a aeronave, que tinha matrícula paraguaia, tenha chegado a território brasileiro via aeroporto internacional, como determina a legislação. "Não temos informação sobre o helicóptero de Rolim", disse Antonio Carlos Berti, encarregado de atividades da Infraero.

O encarregado de controle de tráfego aéreo em Pedro Juan Caballero, Anibal Bobadilla, disse que entrar no Paraguai sem passar por um aeroporto internacional é ilegal.
Técnicos paraguaios e brasileiros do Dinac (Departamento de Investigação da Aviação Civil) e do DAC estiveram ontem de manhã no local do acidente.

Extra-oficialmente, descartaram a ocorrência de incêndio e explosão antes da queda do helicóptero. O laudo final deve sair em 90 dias.

Depois da perícia, os destroços foram recolhidos e enviados para Assunção de caminhão.

A inspetoria local da Receita Federal não registrou a admissão temporária exigida para a permanência da aeronave em território nacional. Também não houve nenhum registro na segunda inspetoria mais próxima, em Bela Vista, a 130 km de Ponta Porã.

Segundo o inspetor da Receita Carlos Tokunaga, a pena para a infração seria a apreensão do helicóptero.

Outro lado

A direção da TAM, procurada pela Folha para responder à posição da Infraero e da Receita Federal, não foi localizada.

Empresário não tinha experiência com helicópteros

FOLHANEWS
10 de julho de 2001


O diretor-executivo do aeroporto de Congonhas, Umberto de Angelis, 59, disse que o comandante Rolim Adolfo Amaro não tinha experiência com helicóptero. Angelis era amigo pessoal de Rolim.

Amigos do comandante disseram que ele comprou há menos de dois meses um helicóptero Esquilo B3. Rolim dizia a amigos que estava pegando aos poucos o jeito com a aeronave.

O helicóptero que Rolim pilotava no momento do acidente é americano, modelo Robinson R-44, da Arpa ZP, empresa do próprio comandante no Paraguai.

O comandante já havia tido dois pequenos acidentes pelo interior do Estado de São Paulo durante sua carreira como piloto e, após vencer um câncer, costumava dizer a amigos que jamais morreria de acidente aéreo. "Morro de tudo, menos de avião", dizia.

Acompanhante de Rolim no acidente biografava mulher de ditador

São Paulo, terça-feira, 10 de julho de 2001

A gerente comercial Patrícia Santos Silva, 30, (foto ao lado) estava envolvida no projeto pessoal do comandante Rolim Amaro de elaborar a biografia de Elisa Lynch, mulher do ditador paraguaio Francisco Solano Lopez (1826-1870).

Rolim e Patrícia estavam indo anteontem para uma reunião sobre o projeto em Assunção (Paraguai) quando o helicóptero em que viajavam caiu, causando a morte de ambos.

Formada em administração de empresas pela Uniban em 1999, Patrícia trabalhava na TAM havia quase dez anos. Foi comissária, atendente em terra, integrou a equipe que elaborou o programa "Fale com o Presidente" e chegou a chefiá-lo.

A experiência à frente do projeto, considerado "a menina-dos-olhos" de Rolim, aproximou a funcionária do empresário. Em 99, Patrícia passou a gerenciar a loja da TAM em São Bernardo do Campo (ABC paulista).

Colegas dos tempos de faculdade lembram que a gerente era muito "farrista", mas extremamente dedicada ao trabalho. "Ela vivia elogiando a companhia e admirava muito o comandante Rolim", conta Maria Helena dos Santos, 42, que se formou com Patrícia.

Alta e loura, Patrícia não tinha namorado. "Ultimamente ela dizia que estava muito só e que seu sonho era encontrar um grande amor", disse Adriana Siqueira de Moraes, 30, que veio de Minas Gerais para o enterro da amiga.

No ano passado, Patrícia havia conseguido comprar um apartamento próximo ao aeroporto de Congonhas (zona sul de São Paulo). Antes disso, morava com a mãe, Elza Santos, em São Bernardo do Campo.

O corpo da gerente foi sepultado por volta das 13h30 de ontem no cemitério Jardim das Colinas, em São Bernardo. Ela tinha duas irmãs e um irmão, mas nenhum deles quis dar entrevistas.

Muitos funcionários da área comercial da TAM estiveram presentes ao enterro. A empresa cobriu todas as despesas (os valores não foram divulgados) e manteve um médico e duas assistentes sociais à disposição da família.

Acidente de helicóptero mata presidente da TAM

São Paulo, segunda-feira, 09 de julho de 2001

Empresário estava acompanhado de funcionária

O presidente da TAM, comandante Rolim Adolfo Amaro, 58, morreu às 10h20 de ontem, em Pedro Juan Caballero (Paraguai), em consequência da queda do helicóptero que pilotava. A gerente da TAM Patrícia dos Santos Silva, 30, que o acompanhava, também morreu no acidente.

A Polícia Nacional do Paraguai ainda não sabe as causas do acidente. Segundo policiais, o dono da granja onde o helicóptero caiu disse que ele voava em baixa altitude e bateu em uma árvore.

Amaro viajava em um helicóptero Robinson R-44, cor vermelha, com prefixo ZP-HRA. Segundo a assessoria da TAM, a aeronave era do empresário.

A assessoria informou ainda que Amaro e Patrícia Santos Silva, gerente comercial da TAM em São Bernardo do Campo, viajavam ao Paraguai para uma reunião de negócios. O empresário possuía possui uma fazenda em Ponta Porã, de onde o helicóptero decolou.

O chefe da polícia paraguaia em Pedro Juan Caballero, Jovino Cantero Vasquez, disse que foi avisado do acidente por Onorio Vargas, dono da propriedade onde ocorreu a queda.

O acidente aconteceu no vilarejo conhecido como Fortuna Guazú, a cerca de 35 km de Pedro Juan Caballero. Vargas, o primeiro a chegar ao local, disse que os dois tripulantes "já não apresentavam sinais de vida'' quando foram encontrados.

Depois de acionada, a polícia paraguaia enviou ao local dois agentes. Com eles estava uma equipe médica, que diagnosticou as mortes de Amaro e Patrícia por politraumatismo craniano.

COMO FOI O ACIDENTE

1 - O presidente da TAM, Rolim Adolfo Amaro, sai de sua fazenda em Ponta Porã (MS) com a funcionária da TAM Patrícia dos Santos Silva, e segue para o Paraguai em um helicóptero.

2 - Por volta das 10h20, a aeronave bate em uma árvore, segundo o fazendeiro Onorio Vargas, e cai na colônia Fortuna Guazú, no município de Pedro Juan Caballero, já no Paraguai.

3 - Minutos depois, o fazendeiro chega ao local e encontra os destroços do helicóptero e os corpos de Rolim e Patrícia, na granja Lucila, em Pedro Juan Caballero.

O caso da cocaína que estava no Fokker 100 - PT-MRK

Esta ocorrência interessante, levou a polícia a questionar moradores se sabiam algo sobre a droga em meio aos destroços de suas casas após a queda do Fokker 100 da TAM em 31 de outubro de 1.996.

Jornal "O Dia", 01/11/1996

Aeromoça da TAM teria facilitado embarque de droga em avião no MS

13 de junho de 2001

A Polícia Federal de Corumbá apreendeu 11,6 quilos de cocaína, e não cinco como havia sido divulgado de manhã, com o traficante Adauto Ferreira de Souza Filho, de 59 anos, surpreendido com a droga no aeroporto da cidade minutos antes de embarcar em um vôo comercial para São Paulo.

A Polícia Federal teria confirmado o envolvimento direto da funcionária da TAM, Jussara Paiva, de 33 anos, no tráfico.

Ela teria sido contratada pelo traficante e a mulher dele, Vânia Conceição Arruda Lesmo, de 41 anos, para facilitar o embarque da cocaína em uma aeronave da companhia. A polícia disse que Jussara teria recebido a mala com a droga, por volta das 8h30 de hoje, para fazer o despacho e não passar pela fiscalização da Polícia Federal no aeroporto. Mas a cocaína foi descoberta e os dois traficantes e a funcionária foram presos em flagrante.

Fonte: Campo Grande News

Comentário:

Em 1996 havia cocaína no Fokker 100 que caiu em São Paulo. Quem a colocou no avião? Até hoje não houve resposta. Leia sobre esse "caso" no post a seguir.

Fokker 100 da TAM pega fogo quando taxiava no Aeroporto do Rio de Janeiro

16 de fevereiro de 2001

Um superaquecimento no sistema de freios de um avião Fokker 100 da TAM causou um incêndio no momento em que taxiava no Aeroporto Tom Jobim , no Rio de Janeiro.

Os 108 passageiros ficaram em pânico no momento do incêndio, mas ninguém se feriu.

A aeronave era procedente de Recife e fazia escala no Rio de Janeiro com destino a São Paulo.

Fonte: Site Desastres Aéreos

Fokker 100 afunda no Aeroporto de Caruaru (PE)

Junho de 2000

Um avião Fokker 100 da TAM atolou no Aeroporto Oscar Laranjeira, em Caruaru. O piso do pátio das aeronaves cedeu com o peso do avião durante a realização do Vôo Panorâmico do Forró. A causa desses acidentes foi identificada em setembro. Há um lençol subterrâneo do lado esquerdo da pista de estacionamento.

Fonte: Desastres Aéreos

Avião da TAM derrapa e sai da pista ao pousar


18 de novembro de 1999

Um Fokker-100 da TAM, de prefixo PT-MQL, derrapou às 8h44 ao aterrissar no aeroporto Santos Dumont, no centro do Rio. No pouso, a aeronave derrapou na pista e foi parar no gramado ao lado, a cerca de 100 m da baía da Guanabara, onde estacionou com a asa esquerda encostada no chão e o trem de pouso traseiro do mesmo lado quebrado. Não houve feridos.

O vôo 904, que saiu de São Paulo às 7h50, transcorreu normalmente, segundo os passageiros, até a aterrissagem.Segundo o DAC (Departamento de Aviação Civil), órgão fiscalizador do setor, havia 106 pessoas a bordo - 101 passageiros e 5 tripulantes. A TAM informou que os passageiros eram 107.

O DAC classificou o episódio de "incidente grave" e informou que não há registros anteriores sobre incidentes ou acidentes com a mesma aeronave. Em nota oficial divulgada na tarde de ontem, o DAC diz que "houve fratura do trem de pouso esquerdo, seguida de perda do controle direcional da aeronave e a conseqüente saída da pista pela lateral esquerda". A perícia sobre os motivos do incidente está sendo conduzida pela Divisão de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos, do DAC, e pela empresa.

Os passageiros desembarcaram do avião com o auxílio da equipe de emergência do Santos Dumont, composta por 80 pessoas, incluindo bombeiros. Dois ou três passageiros saíram pela porta emergencial traseira, segundo a TAM. Alguns passageiros estranharam o fato de não ter sido usado escorregador para descer do avião, mas a TAM informou que a aeronave estava fora de perigo.

Os passageiros criticaram o atendimento em terra por parte da TAM e a demora na liberação da bagagem, que só saiu do avião por volta das 12h. Segundo a empresa, as bagagens não puderam ser retiradas antes porque a porta de acesso ao compartimento estava encostada no chão.

Passageiro demora para sair do avião

Depois da parada total do avião, os passageiros do Fokker-100 acidentado no aeroporto Santos Dumont contaram ter esperado cerca de dez minutos para sair da aeronave.

"Para quem está lá dentro, é uma eternidade", disse o engenheiro Evaldo Nunes David, 44, que estava com três colegas de trabalho da CPTM, empresa de transporte público de São Paulo. Os executivos vieram para uma reunião de negócios no Rio.

David teve de ser carregado pelos bombeiros para sair do avião porque a porta traseira por onde desembarcou estava muito alta para alcançar a escada, já que a aeronave estava tombada.

Seu colega de trabalho, o engenheiro eletrônico Osvaldo Pazzianotto, 41, disse ter ouvido um barulho muito forte assim que o trem de pouso tocou o chão. "As pessoas começaram a ficar assustadas, mas parou muito rápido.

"Segundo relato dos passageiros, não houve pânico, mas um clima tenso e de ansiedade. "Para sair, foi um sufoco porque ficamos com medo da possibilidade de explodir", disse Pazzianotto.

Ele considerou falha a atuação do pessoal de bordo e registrou formalmente sua queixa no DAC. "Ninguém falava nada. O comandante deu um só aviso, pelo sistema de som, e disse que estava tudo bem, muito ofegante, mostrando nervosismo, enquanto todo mundo pedia para abrir as portas de emergência."

Alceu Segamarchi, 41, também funcionário da CPTM, acredita que o piloto calculou mal a aproximação do solo. "O comandante mandou a gente ficar no avião. Não sei se esse é o procedimento certo, mas, para quem estava lá dentro, o melhor era sair correndo", disse.

Ele também reclamou da demora do atendimento do pessoal de bordo e estuda a hipótese de acionar judicialmente a TAM. Segamarchi contou que já imaginava uma aterrissagem dentro da baía. "Eu já estava me preparando para sair do avião nadando."

Segundo a TAM, o procedimento da tripulação foi correto.

Comentário: Claro, a TAM é perfeita, não falha nunca.

Fonte: Folha de S.Paulo - Foto: Site Airliners

Veja o histórico da aeronave:

PT-MQL - FOKKER F-28-0100 (11394)

Prefixo Operador DD
-------------- ----------------------------
PH-KXI FOKKER
B-2233 CHINA EASTERN AIRLINES 11.1992
PT-MQL TAM 10.1998
EP-CFM CHABAHAR AIRLINES
-------------- ----------------------------

Fokker indeniza vítima americana da TAM

Folha de S.Paulo
São Paulo, Sábado, 25 de Setembro de 1999


JUSTIÇA

Valor oficial do acordo não foi divulgado, mas advogado brasileiro diz que é superior a US$ 2 milhões

RENATO FRANZINI
de Nova York
GONZALO NAVARRETE
da Reportagem Local


A viúva de uma das vítimas norte-americanas do acidente com o avião Fokker-100 da TAM, que caiu em São Paulo matando 99 pessoas em 1996, fechou um acorde indenização nos EUA com a fabricante do avião, a empresa holandesa Fokker.

Este é o primeiro acordo fechado no exterior, depois da queda do vôo 402 da TAM, no dia 31 de outubro, segundos após a decolagem do aeroporto de Congonhas.

O valor oficial não foi divulgado, mas, segundo o advogado Renato Guimarães, que representa os interesses das vítimas brasileiras nas ações em andamento no Brasil, a família norte-americana deve receber uma quantia superior a US$ 2 milhões para terminar o processo contra a Fokker.

O acordo foi feito nas "últimas semanas", antes que a ação fosse julgada pela Justiça, segundo o advogado Anthony Gair, da Gair, Gair, Conason, Steigman & Mackauf, sediada em Nova York. Gair disse que a viúva, Celia Berliner, e dois filhos adultos da vítima são os beneficiários. Segundo ele, a ação foi impetrada numa corte estadual em Nova York contra a Fokker e a TAM. "A TAM continua contestando a jurisdição. Ela acha que não pode ser processada nos EUA", disse Gair à Folha.

A TAM informou que começou a operar nos EUA a partir de 98, dois anos após o acidente, e por isso não pode ser processada.

A ação pode ajudar brasileiros que também buscam indenização nos EUA, segundo o advogado Lee Balen, do escritório Speiser Krause, que representa famílias brasileiras em ações na Califórnia e em Nova York. "Legalmente, não há conexão entre os casos. Mas o acordo nos dá um argumento político. Por que um americano pode ganhar e um brasileiro não?", disse.

Ao todo, 65 famílias brasileiras entraram com ações de indenização nos Estados Unidos.
O processo no exterior só poderá prosseguir depois que a ação aberta movida contra as mesmas empresas no Brasil - que ainda não começou - seja concluído.

Atraso

No Brasil, os processos de indenização contra a TAM continuam tramitando na Justiça, sem estimativa de conclusão.

O atraso aconteceu porque a maioria das famílias iniciou a batalha judicial apenas em outubro de 98, dois anos após a queda do avião. O início da ação foi adiado porque as famílias esperavam a conclusão das investigações. Apenas 25 famílias acertaram com a TAM para receber indenização prevista nas normas internacionais.

A teimosia das viúvas

Revista Época
Junho 1999

Elas não desistem de saber o que aconteceu no trágico vôo 402 da TAM, em 1996, e seguem na luta pelas indenizações

Tinha tudo para ser um embarque glamouroso. Na noite de quarta-feira 9 de junho, 120 passageiros do vôo inaugural da TAM na rota São Paulo-Paris fizeram o check-in no Aeroporto de Cumbica, prontos para subir a bordo do airbus novíssimo adquirido na França por US$ 90 milhões. À entrada do saguão, cruzaram uma réplica do Arco do Triunfo, receberam taças com champanhe e só então alcançaram o balcão, onde os aguardavam funcionários sorridentes.

Tudo seria perfeito se elas não estivessem lá, distribuindo panfletos ao lado do monumento falso e desenrolando faixas. As "viúvas da chance", de novo, atrapalhavam uma festa da TAM com palavras de ordem que alvejavam a imagem e a direção da empresa.

Uma das faixas continha um recado: "Se Charles de Gaulle soubesse quem você é, jamais permitiria o pouso do airbus da TAM em Paris". O destinatário era Rolim Adolfo Amaro, 56 anos, dono da segunda empresa aérea brasileira em vôos domésticos e alvo permanente do grupo de mulheres que perderam maridos ou parentes próximos na queda do Fokker 100 na Zona Sul de São Paulo, em 31 de outubro de 1996. Outra faixa, depois de lembrar a data da tragédia e o número de mortos (99), agredia um dos símbolos do atendimento aos passageiros da companhia: "Agora você já sabe por que o tapete da TAM é vermelho".

O desastre provocou o nascimento de uma associação obstinada e impertinente. "Hoje funcionamos como uma ONG na luta pela cidadania", afirma Sandra Assali, líder das viúvas. Rolim Amaro, que nas horas seguintes à tragédia visitou familiares de algumas vítimas, evita falar sobre o grupo, batizado oficialmente de Associação Brasileira dos Parentes e Amigos de Vítimas de Acidentes Aéreos (Abrapavaa). Procurada pela reportagem de Época, a direção da TAM também se esquivou. Em contrapartida, elas não perdem a chance de falar em Rolim.

Inconformadas com a atitude da empresa, que na opinião da entidade tem recorrido a todos os artifícios para evitar o pagamento de indenizações, as militantes seguem dispostas a esclarecer as causas do desastre. "Perdemos status", diz Suzana Klepetar. "Muitas de nós tivemos de trabalhar para criar os filhos, coisa que jamais havíamos feito." Aos 42 anos, a viúva Suzana é dona de um centro de estética montado pelo pai.

O vôo 402 é o emblema da entidade, mas outros 13 casos de acidentes aéreos - todos ocorridos no Brasil e envolvendo aeronaves de outras empresas - foram encampados pelos 150 sócios da Abrapavaa. Cada um contribui com R$ 30 por mês para custear as despesas - basicamente, volumosas contas de telefone e gastos com material de divulgação. A quantia é insuficiente, até porque nem todos contribuem com a regularidade combinada. Hoje, quando há necessidade de viajar, vai quem tem dinheiro para pagar bilhetes aéreos.

Diretores da TAM insinuam que as mulheres são financiadas por empresas concorrentes. "Não dá nem para responder a um absurdo desse tipo", rebate Sandra, viúva do cardiologista José Abu Assali.

O grupo não tem dado trégua à TAM. As militantes não querem apenas dinheiro: exigem a elucidação do caso, intrigadas com o que teria acontecido entre o momento da decolagem e o instante em que o Fokker 100 se espatifou no solo, no bairro do Jabaquara. Tudo ocorreu em exatos 24 segundos. "Vou até o fim nessa cruzada, nem que tenha de seguir sozinha", avisa Sandra. Ela transformou a confortável casa onde mora com os dois filhos, no bairro do Planalto Paulista, em sede da associação. O ambiente doméstico virou escritório, equipado com computadores, telefones e aparelhos de fax.

Muitas delas eram casadas com executivos e profissionais bem-sucedidos. Habituadas aos confortos da classe média alta, várias tiveram de procurar trabalho. Poucas vivem de renda ou com o dinheiro recebido das companhias de seguro. Ativistas vaidosas, cuidam do visual, embora se vistam sempre de preto em atos públicos. "Queremos marcar o nosso luto", explica Sandra.

O inquérito criminal, com dez volumes e 17 mil páginas, permanece inconcluso. Sem paciência para tanta lentidão, elas desencadearam investigações paralelas.

Lembrando: Nota da TAM sobre o Acidente - 31/10/1996

"Neste doloroso momento, a TAM se sente na inadiável obrigação de declarar que está prestando todo e qualquer apoio possível aos familiares e amigos de todas as lamentáveis vítimas, e a todos assistirá, em tudo que necessário for, para aliviar a irreparável dor e o trauma impostos por esse funesto acidente."

Justiça dá 1ª sentença contra a TAM

São Paulo, terça, 7 de abril de 1998

VÔO 402

Empresa pagará R$ 12.750 por acidente

RODRIGO VERGARA
da Reportagem Local


A companhia aérea TAM deve pagar, até a próxima segunda-feira, a primeira indenização determinada pela Justiça por danos causados pela queda de um avião Fokker-100 em São Paulo, em 31 de outubro de 1996, que matou 99 pessoas.

A decisão, do Tribunal de Justiça de São Paulo, foi publicada ontem e tem prazo de cinco dias para ser cumprida. A TAM informou que irá recorrer, mas o recurso não suspende o pagamento.

A indenização foi fixada em R$ 12.750 e será depositada em nome de Maria Aparecida Locatelli Gasparian, ex-mulher do executivo Arthur Eduardo Gasparian, morto no acidente. Quando vivo, Arthur destinava 8,5% de sua renda à ex-mulher.

A decisão do TJ respeita essa proporção. A reparação determinada corresponde a 8,5% de R$ 150 mil, valor que a TAM sempre ofereceu como indenização a cada vítima fatal. A diferença entre a decisão judicial e a oferta da empresa é que a TAM exigia que o familiar assinasse um termo dando como satisfeitos seus direitos.

A sentença de ontem obriga a TAM a pagar a quantia que havia oferecido como justa e aguardar o andamento do processo que Maria Aparecida move contra a empresa, com base no Código de Defesa do Consumidor.

"Minha dívida não está quitada. Ainda pretendo receber R$ 220 mil pela morte de meu ex-marido", afirmou Maria Aparecida. O valor pleiteado equivale a 8,5% do que seu ex-marido, que tinha 54 anos quando morreu, receberia até completar 65 anos.

Maria Aparecida afirma que o valor pago é pouco, mas que isso a ajudará a enfrentar a crise financeira que vive desde a morte de Arthur. "É pouco, mas vai me aliviar bem."

Regina Marilia Prado Manssur, advogada de Maria Aparecida, disse esperar que sua cliente receba todo o dinheiro a que tem direito dentro de um ano. O prazo é questionável, segundo outros advogados que representam parentes de vítimas do acidente ouvidos pela Folha.

Maria Aparecida, no entanto, crê que o caminho jurídico escolhido é o mais adequado. "Não sei quanto tempo vai levar, mas estou acreditando na Justiça brasileira."

Piloto da TAM e major são punidos

22 de julho de 1998

Fokker-100 que ambos pilotavam pousou em aeroporto errado, no Espírito Santo

Um "erro de julgamento" teria sido o responsável pela aterrissagem de um Fokker-100 da TAM no aeroporto de Guarapari, em vez do de Vitória, seu destino correto, em 9 de julho último. A falha acarretou punições para os dois envolvidos diretamente no incidente: um piloto da empresa que comandava a aeronave e um oficial da Aeronáutica que fazia treinamento naquele vôo comercial. Edinir Tozzi, comandante-treinador da TAM, mais de quatro anos completos voando em Fokker-100, foi rebaixado a co-piloto. Perdeu rendimentos e será obrigado a fazer curso de reciclagem por seis meses, informou ontem a empresa aérea.

O major Odin Grothe, checador do DAC (Departamento de Aviação Civil do Ministério da Aeronáutica), será mantido em funções burocráticas até que seja investigado o que houve com o vôo 280. O comandante do vôo era Tozzi. Mas, em um procedimento corriqueiro na aviação civil brasileira e previsto em lei, quem pilotava o avião era o militar, que utilizava a aeronave para fazer reciclagem do treinamento de checador. Ou seja, estava reforçando seu conhecimento sobre o Fokker-100 para aperfeiçoar sua fiscalização dos procedimentos da tripulação desse tipo de aeronave. Segundo o DAC, a Aeronáutica usa aviões comerciais para reciclar seus pilotos porque não tem como manter aeronaves dos tipos usados na aviação comercial.

A falha não acarretou danos materiais ou humanos, mas metade dos passageiros do vôo 280 preferiu seguir para Vitória em táxis fornecidos pela TAM a decolar novamente no avião que pousara no aeroporto errado. A sindicância aberta pelo DAC ainda não está concluída, mas a hipótese mais provável para o que aconteceu é que houve um "erro de julgamento" entre o comandante e o oficial.

A rigor, a responsabilidade sobre o vôo é toda do comandante Tozzi. Segundo a Folha apurou na TAM, ele e o co-piloto teriam avisado o major Grothe de que o aeroporto era o errado, mas o avião acabou pousando, mesmo assim. Segundo as assessorias de imprensa do DAC e da TAM, em casos como esse Tozzi deveria ter assumido o vôo quando não teve suas observações atendidas. Mas tal atitude não é tão simples. De acordo com o DAC, o comandante teria que registrar essa decisão em um relatório, explicando por que decidiu romper um procedimento de treinamento que havia sido marcado com antecedência.

Fonte: Folha de S.Paulo

Avião da TAM pousa em pista errada no ES

09 de julho de 1998

Um avião Fokker-100 da TAM, que fazia o trajeto entre São Paulo e Vitória, o vôo 208, pousou no aeroporto errado, descendo em Guarapari, cidade distante 54 km da capital do Espírito Santo. Além do transtorno, há indícios de que a operação foi irregular e alguns passageiros entraram em pânico.

Segundo a companhia aérea, há indícios de perda de sinal entre o aeroporto de Vitória e o avião, o que poderia ter induzido o piloto a pousar na pista errada.

Para Germano Borges, diretor do Aeroporto Municipal de Guarapari, o piloto se confundiu. "Ele deve ter se enganado porque a pista foi reformada e só faz três dias que foi liberada. Deve ter achado que era o aeroporto de Vitória."

Elizabeth da Cunha Chaves, superintendente da Infraero, empresa brasileira que administra aeroportos, disse que o controle estava funcionando em condições plenas, sem qualquer problema. O DAC (Departamento de Aviação Civil) soube do incidente no final da tarde e, segundo sua assessoria, a investigação desse tipo de caso fica a cargo da equipe de segurança da própria TAM, com supervisão do DAC.

Segundo o DAC, só a investigação poderá revelar de quem foi o erro - se da TAM ou do comandante, identificado como Tomazzi. Caso a TAM seja culpada, poderá ter de pagar multa.

Os passageiros viveram momentos de pânico. Para o ex-chefe de gabinete do ministro Pedro Malan (Planejamento) e candidato a deputado federal José Carlos da Fonseca Júnior, foi uma "aventura". "O piloto demorou muito para dar alguma satisfação e, quando falou, estava com voz assustada."

Segundo Fonseca Júnior, o piloto disse: "Houve um erro e nós vamos retornar a Vitória". Uma passageira começou a gritar e entrou em pânico querendo sair do avião. "Junto com ela, saíram 80% dos passageiros", afirmou Fonseca Júnior.

Nos jornais cariocas, silêncio. Nos jornais paulistas, pequenos registros. Nos jornais capixabas, manchete no dia e repercussão por apenas mais um dia.

Enquanto todos os jornais - com suas equipes, sucursais, esquemas e recursos - esqueciam o caso, Elio Gaspari, sozinho, fazia suas apurações. Sua coluna de 19 de julho, na Folha de S.Paulo, traz elementos novos que ajudam a explicar o que ocorreu: a aeronave fora comandada por um piloto da FAB, não da TAM.

Fonte: Folha de S.Paulo e Observatório de Imprensa

O que ocorreu com o vôo 402

Folha de S.Paulo
São Paulo, sábado, 13 de dezembro de 1997.

8:00 hs

. Defeito

Os problemas começam no pouso no Aeroporto de Congonhas, em São Paulo. Os dados da caixa-preta indicam que o reverso - mecanismo que inverte o sentido do jato da turbina para a frente, dando efeito de marcha à ré do motor direito permaneceu ''em trânsito'', ou seja, não ficou travado.

. Reação da tripulação

Nem os tripulantes que trouxeram o avião a São Paulo nem os que decolaram de Congonhas tomaram atitudes, porque a aeronave não deu alerta do defeito. Os técnicos de manutenção também não detectaram o problema, porque a manutenção feita em escala de vôo não previa checagem das travas.

. Interpretação da comissão

A trava elétrica do reverso falhou, por causas indeterminadas, que podem até incluir efeitos da trepidação da aeronave. O projeto também contribuiu para a falha, porque a posição da trava dificulta a manutenção.

8:26 hs

. Defeito

Com 89 passageiros e seis tripulantes a bordo, o avião começa a correr pela pista para a decolagem. Ainda no chão, dispara um alarme da cabine indicando falha no sistema que acelera automaticamente o avião (ATS).

. Reação da tripulação

Os tripulantes ignoram o alarme, que volta a tocar depois. Eles tinham sido informados pelo piloto que voara anteriormente que o sistema estava com defeito.

. Interpretação da comissão

A falha de ATS causou nos pilotos uma ilusão de que havia uma falha ali, o que contribuiu para o acidente.

Início do vôo

. Defeito

No exato instante em que o avião sai do chão, o reverso da turbina direita se abre e inverte a propulsão daquele motor para trás, como uma marcha à ré. Na cabine, o painel não dá nenhum sinal de alarme, mas o manete de aceleração do motor recua violentamente, puxado por um sistema de cabos de segurança ligado ao reverso. O sistema serve para evitar que o reverso fique aberto com o motor acelerado.

. Reação da tripulação

O co-piloto diz ''Travou!'', surpreso. Imaginando estar diante de uma falha de aceleração automática (ATS), diz ao co-piloto para desligar o ATS. O co-piloto confirma ter desligado o sistema.

. Interpretação da comissão

a - A Fokker introduziu uma modificação no sistema elétrico de abertura do reverso que o tornou menos seguro. A mudança objetivava economizar alguns segundos na duração da bateria no caso de uma pane elétrica em vôo. Antes, a chance de esse tipo de falha ocorrer era de uma em 100 bilhões. Depois, passou a ser uma em 1 milhão.

b - O projeto do avião contribuiu para o ocorrido porque não permite que o piloto saiba, durante a decolagem, que o reverso está aberto.

c - A surpresa demonstrada pelos tripulantes desviou sua atenção e contribuiu para o acidente.

10 segundos seguintes

. Defeito

O defeito é cíclico. O reverso se fecha, mas volta a abrir outras duas vezes em 10 segundos. Quando fechado, permite que o manete possa ser levado à frente. no momento em que o reverso se abre, o manete volta a ser recuado e permanece travado. O avião estava a 129 pés.

. Reação da tripulação

Os tripulantes aceleram a turbina direita sempre que o equipamento permite. Na segunda vez em que o manete direito recua, a mão do tripulante traz junto o manete do motor esquerdo. Por quatro segundos, os dois motores ficam com aceleração mínima. Quando o manete está travado, a força exercida pelo piloto ou pelo co-piloto sobre ele chega a ser de 50 kg.

. Interpretação da comissão

A ação dos tripulantes sobre o manete contribuiu para o acidente por duas razões:

a - A legislação brasileira não recomenda qualquer ação de tripulação frente a qualquer anormalidade, na cabine de vôo, quando a aeronave estiver a menos de 400 pés de altura.

b - Os tripulantes decidiram acelerar o motor direito quando o manete destravou, sem que o avião tenha fornecido a eles meios para que avaliassem o resultado dessa atitude.

15 segundos de vôo

. Defeito

O sistema de cabos de segurança que evita a abertura do reverso com o motor acelerado cede. O manete de aceleração da turbina direita é liberado, embora o reverso permaneça aberto. O defeito desestabiliza por completo a aeronave.

. Reação da tripulação

A tripulação mantém a carga sobre o manete e o leva à frente (acelerando o motor) no momento em que ele fica livre.

. Interpretação da comissão

Houve falha no desenho do sistema. O cabo corre em um tubo, em que existe uma lacuna, deixada para manutenção. Foi nesse ponto em que a conexão do cabo cedeu à carga e desencaixou-se.

24 segundos de vôo

. Defeito

O avião, impulsionado para a frente pelo motor esquerdo, e para trás pela turbina direita, tomba para a direita e cai sobre casas, matando todos a bordo e quatro* pessoas em terra.

(*) Três pessoas em terra.

Comentário: o Relatório demorou 406 dias para ser concluído. Houve vários adiamentos no prazo. A Comissão teve 11 membros integrantes, 11 deles pertencentes a empresas envolvidas. Não havia representante das vítimas.

Mais um pouco de FHC e o vôo 402

Folha de S.Paulo
São Paulo, terça, 16 de setembro de 1997.

VÔO 402

Presidente tem 10 dias para responder

FHC é notificado sobre atraso de laudo

da Sucursal de Brasília

O ministro Octávio Gallotti, do STF (Supremo Tribunal Federal), aguarda informações do governo para decidir se concede ou não liminar que obrigará o Ministério da Aeronáutica a divulgar imediatamente o laudo sobre o acidente da TAM que provocou a morte de 99 pessoas, em outubro de 1996.

O pedido de informações foi formulado ao presidente Fernando Henrique Cardoso, comandante supremo das Forças Armadas.

Notificado na sexta, FHC tem dez dias para explicar por que o laudo sobre as causas do acidente ainda não foi concluído.

Os parentes das vítimas ajuizaram mandado de segurança no STF, com pedido de liminar para divulgação imediata desse laudo. Eles dependem do documento para mover ações de indenização. Os parentes sustentam que têm pressa. Segundo eles, o prazo para mover ações de indenização é de dois anos após o acidente.

DIZEM QUE RIR FAZ BEM À SAÚDE. AÍ VAI UMA PIADA.

Publicado em "O Globo", 02/11/1996

A queda do Fokker-100 - 1 ano depois

Folha de S.Paulo
São Paulo, sexta, 26 de dezembro de 1997.

ALICE ITANI
RITA DE CÁSSIA ARAUJO


A divulgação do relatório do acidente com o Fokker-100 da TAM pelo Ministério da Aeronáutica causou muita indignação entre parentes das vítimas e estupefação em muitos setores da sociedade.

Quem leu o relatório não entendeu. É tecnicamente correto, mas não esclarece as dúvidas mais importantes, sendo por vezes dúbio.

Não está claro, por exemplo, se as jornadas de trabalho da tripulação estavam dentro das horas regulamentares. Recomenda-se estranhamente, porém, a emissão das escalas, o que é obrigatório.

A lei estabelece limites de tempo. As horas de trabalho do aeronauta são contadas cumulativamente sobre um período de 24 horas, sete dias e assim sucessivamente, até o limite anual. Os depoimentos mostram que as tripulações vêm trabalhando além disso.

O relatório é obscuro sobre o treinamento. Cita a falta de informações da tripulação sobre a anormalidade e omite as responsabilidades. Ainda não fica clara a questão da manutenção do equipamento nem a da peça do reverso, que já apresentava falhas.

Os sistemas tecnológicos na aviação são de alto risco, funcionando com grande índice de incertezas. Há erros de concepção e de decisões sobre o grau de risco. O próprio Fokker deveria apresentar nível de confiabilidade maior.

De quem é a responsabilidade por atos que causam riscos e danos aos cidadãos no consumo dos serviços de transportes? Em primeira instância, do Estado brasileiro. Na aviação, o Ministério da Aeronáutica deve controlar e gerir a segurança aérea - incluindo equipamentos e empresas operadoras.

A responsabilidade é clara. Um acidente não ocorreria se não houvesse falhas nessas competências, bem como na qualidade do serviço prestado pelas operadoras.

A questão ''o Estado contra a nação'' parece estar presente. Há riscos e danos sem responsáveis. A investigação parece ser fora de lugar quando os próprios envolvidos integram a comissão - sem representantes de setores importantes, como vítimas, aeroviários e mesmo o Ministério Público.

Há omissão até na falta de emissão de laudos. O do Fokker-100 só foi divulgado após mais de um ano e muitas diligências de representantes de sociedade civil, Legislativo, Judiciário e promotoria.

Conta-se com o profissionalismo dos trabalhadores dos transportes aéreos, que lutam pela segurança de vôo, sob risco de ser perseguidos e demitidos. Por esse estado de riscos, e se um acidente é erro do piloto ou castigo de Deus, questionam-se a legitimidade e a importância dos órgãos do Estado.

Alice Itani, 47, doutora pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, é professora do Instituto de Biociências da Unesp

Rita de Cássia Araujo, 40, é mestranda em saúde pública pela USP

Incidente com avião da TAM fecha aeroporto em SC

Folha de S.Paulo
São Paulo, sexta, 30 de outubro de 1997.

FÁBIO ZANINI
da Agência Folha, em Florianópolis

Um problema na aterrissagem de um avião Fokker-50, da TAM, deixou fechado o aeroporto de Blumenau (SC) durante a tarde e início da noite de anteontem.

Um dos seis pneus do trem de pouso, localizado na parte traseira esquerda, estourou pouco depois de o avião ter tocado o solo.

O avião, que já estava no final da única pista, ficou parado das 13h45 até o início da noite, impedindo pousos e decolagens.

Fokker 50 PT-MLC da TAM

O avião, prefixo PT-MLC, havia partido do aeroporto de Congonhas, em São Paulo, com 12 passageiros e quatro tripulantes a bordo. Ninguém ficou ferido.

O estouro do pneu foi caracterizado como um ''incidente'' pela direção do aeroporto e pela assessoria de imprensa da TAM. ''Foi apenas um susto'', declarou o administrador do aeroporto, Lindomar Ristow.

De acordo com Ristow, a pista teve de ficar fechada até que técnicos da empresa chegassem de São Paulo para trocar o pneu. O conserto demorou 40 minutos, e o avião deixou o aeroporto ainda anteontem. ''Enquanto havia um avião parado na pista, não seria seguro manter o aeroporto funcionando'', disse Ristow.

Foto: Luis Alberto Neves

Veja o histórico da aeronave:

PT-MLC - FOKKER F-27-050 (20202)

Prefixo Operador DD
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PH-EXL FOKKER
HB-IAP CROSSAIR 19.12.1990
PH-FZG FOKKER 15.05.1995
PT-MLC TAM 17.11.1995
PH-FZG DASA AIRCRAFT FINANCING 04.01.2000
PH-FZG DENIM AIR 04.01.2000
PH-FZG AIR NOSTRUM 2001
EC-HZA AIR NOSTRUM
PH-FZG DENIM AIR 12.2002
PH-FZG VLM AIRLINES
PH-FZG DENIM AIR
PH-FZG AIR SENEGAL
PH-FZG DENIM AIR
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"Até hoje não sei como ser pai e mãe", diz viúvo

Folha de S.Paulo
São Paulo, sexta, 30 de outubro de 1997.

da Reportagem Local

Da sala em que trabalha, na avenida Angélica, o tecnólogo Wadih Roberto Haddad Neto, 50, vê o túmulo da mulher, Marilene Gimenes Haddad, no cemitério do Araçá (zona sudoeste de São Paulo). ''Isso tudo dói muito, mesmo um ano depois.''

Marilene foi uma das 99 vítimas do vôo 402. Deixou o marido e Leandro, filho que hoje tem 19 anos. Haddad ainda não se acostumou. Lembra dela quando toma uma cerveja ou come um aperitivo. Chora de vez em quando. E não suporta datas como a do aniversário dela, que faria 42 anos sexta passada.

Leia a seguir o depoimento de Haddad.

''O pior trauma que alguém pode passar é ver a pessoa amada sofrer uma morte abrupta e comentada. Hoje, por onde passo, sou o viúvo da TAM. O pessoal me olha e pensa que sou um coitado. Talvez não um coitado, mas até em reuniões de negócios há um olhar diferente. Há uma solidariedade que machuca.

Faz um ano que a Marilene faleceu, mas parece que foi ontem. Até hoje eu tenho minhas dúvidas se ela morreu mesmo. O caixão fechado ajuda nisso. É diferente de quando você vê a pessoa lá. Acabou e pronto.

Vivi fases muito diferentes nesse ano que passou. No primeiro mês, parecia que eu tinha usado droga: não chorava e dormia direito. Eu parecia anestesiado. Uma barata com inseticida.

Depois, minha vida virou uma bagunça e perdi a vontade de fazer as coisas. Larguei a ginástica, relaxei com os remédios para pressão alta. Teve uma fase em que tomei uns uísques a mais. Passou, graças a Deus, mas podia me consumir. Só no trabalho é que me multipliquei por 200.

Cada data é motivo para sofrer. No aniversário do Leandro, em agosto, veio aquela recordação de quando saíamos os três para jantar. Voltou até coisa mais antiga, o nascimento dele. Ele nasceu de sete meses e depois tivemos um filho, o Rodrigo, que foi prematuro e faleceu.

A Marilene sofreu muito por não conseguir segurar os bebês e passamos aquilo tudo juntos e isso aproximou a gente. Agora ela foi embora e eu lembro de tudo sozinho.

''No aniversário dela, lembrei quando a gente ia dançar''

O aniversário dela foi sexta passada. Fui ao cemitério de manhã, levei flores. À tarde, não consegui trabalhar. Fiquei em casa, triste. Quando ela fazia aniversário, a gente ia dançar no clube Piratininga ou no Tietê. Ela era pé-de-valsa, dançava de tudo, até lambada, mesmo sem ter muita ginga. Na sexta, não teve jantar. Não comi, não dormi , nem meu filho. Nenhum dos dois tocou no assunto.

Quando eu vejo na TV aquela imagem dos corpos enfileirados, eu choro. Já devia ser corriqueiro, mas ainda dói muito. Você começa a imaginar aquele pacotinho... Minha sogra outro dia viu a cena pela primeira vez e ligou. 'Sabe, Roberto, eu vi aqueles sacos e você sabe que eu fiquei procurando a Marilene...' Aquilo foi pesado para mim.

Quando vou a um bar, é como se ela estivesse lá. Estaria pegando no meu pé, porque sempre fui extrovertido e ela, baixinha e brava, reclamava. Também pegava no meu pé quando eu comia muito. Se eu pego uma bolachinha a mais, penso nela. Não sei quanto tempo isso vai durar.

Até hoje eu não sei como ser pai e mãe. Ela era psicóloga, orientava meu filho em coisas que eu não conheço. Minha orientação sempre foi uma coisa mais de homem para homem. É muito complicado até hoje.

Tem uma coisa que eu não entendo. Será que é certo a Aeronáutica estar mais preocupada em explicar a coisa para estrangeiros do que para nós, que perdemos nossa pessoa querida? Eu e meu filho somos consumidos todo dia porque o assunto não está resolvido. Isso encolhe o resto de vida que a gente tem. Vou sentir alívio quando o culpado aparecer e espero que seja logo. A vida tem de continuar.''

Avião da TAM faz pouso forçado em praia no Espírito Santo

Na foto, o PT-OGC nas cores da Brasil Central

18 de outubro de 1997

Um avião Cessna 208A Caravan I, da Transportes Aéreos Meridionais - TAM (ex-Brasil Central), prefixo PT-OGC, que decolou do aeroporto de Vitória (ES) com destino a São Paulo (SP), apresentou uma falha de motor (causada por uma falha da lâmina de turbina do compressor) e forçou o piloto a realizar uma aterrissagem forçada em uma praia. A aterragem foi realizada com segurança, mas o avião foi danificado além do reparo pelas ondas.

Fonte: Site ASN Aircraft - Foto: Airliners

Veja o histórico da aeronave:

PT-OGC - CESSNA 208 CARAVAN (00064)
Prefixo Operador DD
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N823FE FEDERAL EXPRESS
PT-OGC BRASIL CENTRAL 09.01.1991
PT-OGC TAM 1997
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